quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Êxtase de Amor (1947)

Há filmes que marcam época. Seja por uma cena marcante, pelo aperfeiçoamento de uma técnica, pela ótima atuação do elenco, pela direção firme, pelo maravilhoso roteiro ou só porque é um bom filme. "Êxtase de Amor" não é lembrado pelos críticos e não é lembrado pelos fãs. Nem mesmo o diretor, durante uma entrevista em 1970, disse lembrar deste filme. Este longa de Otto Preminger definitivamente não faz parte do time dos que marcaram época, mas um filme que traz Joan Crawford sendo disputada por Henry Fonda e Dana Andrews num delicioso romance dramático, se não é um clássico, tem tudo para ser.


Daisy Kenyon (Joan Crawford) é uma pintora comercial que vive em Manhattan e que mantem um caso com o advodgado casado Dan O'Mara (Dana Andrews). Porém, vendo que Dan não se divorciará de sua mulher, ela acaba desistindo do romance e casando-se com o viúvo Peter Lapham (Henry Fonda). As coisas tornam-se turbulentas depois que a esposa de Dan (Ruth Warrick) descobre o antigo affair, decide separar-se e tomar a guarda das filhas.


Esta é, sem dúvida, uma das melhores atuações de Crawford (a personalidade forte e decidida de Daisy lhe cai como uma luva), apesar de que o maior destaque é Andrews como o garanhão Dan. Henry Fonda também parece ter feito o dever de casa, mas a química e a paixão contrastantes com as provocações entre os dois amantes proibidos é impossível de descrever e acaba ofuscando todo o resto, o drama e o próprio Fonda. O filme aborda ainda vários pontos interessantes e polêmicos, desde o abuso de crianças por parte da esposa de Dan até uma visão distorcida porém realista em relação ao adultério, onde a mocinha simpática é a "outra".


Sou só eu ou, fora as ótimas atuações e o drama incrível, os beijos apaixonantes entre Crawford e Andrews despertam um sentimento tão profundo que é capaz de traduzir-se na mais sincera das expressões: um simples e honesto suspiro. Tudo bem, admito, talvez "Êxtase de Amor" não seja imperdível, tampouco um clássico, mas um romance tão apaixonante e vibrante, nunca, jamais deveria ser deixado para trás.



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